EUA Armam BOPE com Fuzis de Elite Apesar de Alertas de 'Execuções': A Polêmica Revelada

Documentos revelam que o governo Biden aprovou a venda de fuzis de precisão para a tropa de elite do Rio, ignorando apelos de diplomatas que temiam o uso das armas em operações letais.
Entenda a controversa venda de fuzis de alta precisão dos EUA para o BOPE do Rio de Janeiro. Diplomatas alertaram para riscos de 'execuções extrajudiciais', mas a exportação foi aprovada. Saiba mais sobre o caso revelado pela Reuters.
Uma investigação bombástica da agência de notícias Reuters revelou que o governo dos Estados Unidos aprovou a exportação de fuzis de alta precisão para o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada apesar de alertas contundentes de diplomatas norte-americanos sobre o grave risco de que as armas fossem utilizadas em "execuções extrajudiciais".
Uma Venda Sigilosa e Controversa
Relatórios internos, tanto da polícia fluminense quanto do Departamento de Estado dos EUA, indicam que o BOPE adquiriu 20 fuzis de precisão da renomada fabricante Daniel Defense, sediada na Geórgia. A compra, concluída de forma sigilosa em maio de 2023, durante o governo de Joe Biden, foi estimada em cerca de 150 mil dólares. A entrega do armamento ocorreu apenas em 2024, evidenciando o período de avaliação interna e debate dentro do governo americano sobre a conveniência do negócio. Este contrato não foi um caso isolado; documentos mostram que a unidade de elite carioca já havia importado com sucesso pelo menos 800 fuzis de fabricação norte-americana anteriormente.
Alertas Ignorados no Departamento de Estado
A parte mais alarmante da revelação é que a aprovação da venda ignorou pareceres de figuras importantes dentro da própria diplomacia americana. O embaixador dos EUA e outros diplomatas expressaram formalmente sua preocupação. O temor central era que o armamento de ponta, nas mãos de uma unidade com um histórico de operações de alta letalidade, pudesse agravar a violência e resultar em violações de direitos humanos. O termo "execuções extrajudiciais" foi explicitamente mencionado, sublinhando a gravidade dos alertas que foram, ao final, desconsiderados.
O Contexto da Letalidade Policial no Rio
A preocupação dos diplomatas não surgiu no vácuo. O BOPE tem estado no centro de diversas operações com alto número de mortos nos últimos anos. A investigação da Reuters menciona uma megaoperação recente, comandada pela unidade, que resultou em 121 mortes, incluindo a de quatro policiais. Ofensivas como essa frequentemente atraem críticas de organizações de direitos humanos e peritos da ONU, que apontam para indícios de "letalidade ilícita" e uso desproporcional da força. A aprovação da venda dos fuzis de precisão, nesse contexto, levanta sérias questões sobre a política externa dos EUA e seu compromisso com os direitos humanos.
Implicações e o Futuro da Cooperação
Este caso lança uma sombra sobre a cooperação de segurança entre Brasil e Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que se busca fortalecer laços, a exportação de armas sensíveis para forças policiais com históricos controversos pode minar esses esforços. A revelação força um debate necessário sobre os critérios para a venda de armamento militar e a responsabilidade das nações exportadoras no monitoramento do uso final dessas armas. A sociedade civil e os órgãos de controle agora se perguntam: quais serão os próximos passos e como garantir que a busca por segurança não se sobreponha aos direitos fundamentais?
Tags: BOPE, Segurança Pública, Rio de Janeiro, Direitos Humanos, EUA, Armamento, Polícia Militar
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